MEDIUNIDADE
“Mediunidade Natural” é a mediunidade decorrente da
conquista de valores morais e evolução espiritual, neste caso o médium é um
missionário em meio aos homens e tem sempre como objetivo a pratica da caridade e
a eliminação de seus defeitos.
“Mediunidade de Prova” é aquela em que os homens sob a
misericórdia Divina passam a ter intercambio com os espíritos guias e dessa
forma, passam a ressarcir seus débitos kármicos do passado. Esse é o tipo de
mediunidade da esmagadora maioria dos médiuns, sejam eles umbandistas,
kardecistas, seguidores do Candomblé ou ainda, de qualquer outra religião,
tendo em vista que o fenômeno mediúnico existe em todas as religiões ou
civilizações.
TIPOS DE
MEDIUNIDADE
No início da atividade mediúnica, acontece de o médium ficar ansioso, querendo logo incorporar, para “se sentir médium”; ignorando talvez
que existem outras formas de mediunidade, igualmente importantes, tais como:
a) A intuitiva ou de
pressentimentos - na qual o médium sente ou recebe intuições de Guias Espirituais
e Entidades, (sem vê-los e nem os ouvir, propriamente);
b) A sensitiva - na qual o médium
“sente” a presença de espíritos ou de energias extrafísicas, (sem vê-los ou
ouvi-los);
c) A auditiva - na qual o médium apenas
ouve as mensagens dos espíritos ou das Entidades;
d) A da clarividência - na qual o médium
vê os seres e/ou energias astrais do local onde está ou de um lugar no espaço
distante dali ; ou visualizando “cenas do passado” ; ou ainda pela psicometria,
(“vendo” cenas do passado ou captando energias do passado, ao tocar objetos,
roupas, etc.);
e) A de
desdobramento ou sonambúlica - Não confundir com sonambulismo, situação em que a pessoa
adormece e fala, ela mesma, sobre o que está à sua volta. Porque no desdobramento
o médium “se solta”, desprende-se parcialmente do corpo físico, acessa e
descreve o que está vendo da realidade não-material, podendo receber e passar
as mensagens que os espíritos ou Entidades vão ditando (exemplo raro: Chico
Xavier psicografava numa reunião mediúnica em Minas Gerais. Em desdobramento,
participou de uma reunião mediúnica extrafísica e lá também psicografou,
transmitindo a mensagem de um filho desencarnado à mãe também desencarnada. Mãe
e filho se encontravam em regiões astralinas diversas, a mãe sofria por não ter
notícias dele.);
f) A psicografia - na qual o médium
escreve textos ditados pelos espíritos e Entidades ou, então, sob a orientação
deles, a partir de idéias básicas que recebe e desenvolve;
g) A de cura - pela qual, mesmo
sem incorporar, o médium pode aplicar passes que irradiam energias de cura, bem
como fazer projeções de energias curadoras à distância;
h) A que permite
falar ou entender línguas estrangeiras - que não são do conhecimento do médium, que é a xenoglossia ;
i) A que permite
pintar ou desenhar - sob a instrução de artistas já desencarnados; também chamada de
pictórica ou pintura mediúnica;
j) A olfativa - que permite ao
médium sentir perfumes e odores de uma realidade não-física;
i) A de
materialização - pela qual os Guias
Espirituais e Entidades se utilizam de energias do médium, (ectoplasma), para
se materializar diante das pessoas ou para materializar objetos etc. Exemplo
elevado é o de Jesus que, entre outros, materializou: pães e peixes para a
multidão que o acompanhava; fez surgir uma abundância de peixes na rede dos pescadores;
transformou água em vinho, nas Bodas de Canaã.
Importante é “incorporar”, (assimilar e aplicar), o fundamento da
mensagem, assim como a lição embutida no exemplo de conduta dos Guias
Espirituais diante de um consulente ou de um médium “difícil”, buscando
analisar o quanto aquilo pode ter aplicação útil em nosso dia-a-dia.
Espiritualidade não é algo para se viver apenas entre as paredes do
Terreiro. É algo para vivermos “dentro de nós”, em silêncio, com naturalidade,
sem alarde, sem roupa especial, sem dia marcado, sem que ninguém precise
elogiar e aplaudir. É um caminho interno, é aprender a olhar tudo com os olhos
da alma, porque isso vai nos ajudar a encontrar novas soluções, novas formas de
viver e enxergar a vida “lá fora”.
Não tem sentido fazer as coisas para se receber elogios. O
essencial é fazermos as coisas em que acreditamos, pelo bem que elas
representam. Agir assim nos livra de muitas mágoas, de muitas bobagens...
Espiritualidade é algo que nos ajuda a caminhar de mãos dadas com os outros, pelo
prazer de ajudar e participar, apesar de sermos diferentes, apesar de pensarmos
de forma diferente, apesar dos pesares...
Ser médium é ser veículo, canal, meio de comunicação. Dentro e fora
do Terreiro.
Incorporar o Guia não é tudo, é apenas uma parte das infinitas
possibilidades de aprendizado que a Vida nos concede, inclusive no campo
mediúnico. Portanto, no desenvolvimento mediúnico, não nos preocupemos apenas
em girar, em rodar, para “mostrar que o Guia chegou”... Na verdade, os Guias e Entidades chegam ali
muito antes de nós, preparando o ambiente para o trabalho. Bom mesmo será a
gente conseguir abrir o coração, para incorporar, (assimilar, absorver), os
ensinamentos do Astral e colocá-los em prática.
CONCENTRAÇÃO
A concentração é o
ponto chave para uma boa incorporação, que é com certeza a maior dificuldade
dos integrantes das reuniões mediúnicas.
A capacidade de controlar, direcionar e manter o pensamento dentro
das finalidades da reunião é, para a maioria, um esforço muito grande e que nem
sempre dá bons resultados. Não raro os pensamentos se dispersam, fixam-se em
fatos do dia-a-dia e acabam por tornar alguns sonolentos, enquanto outros estão
distraídos e longe dos objetivos propostos para um trabalho sério. Alguns
poucos, então, conseguem uma boa concentração e estes sustentarão os trabalhos
programados, porém, sem alcançar melhor produtividade devido aos bloqueios
vibratórios existentes no ambiente.
Nos últimos tempos tem-se notado um sensível aumento no interesse
por algumas práticas orientais, ressaltando-se a meditação, cujos benefícios
estão sendo procurados pelos ocidentais, que despertaram para a necessidade de
uma busca interior, ou seja, o autoconhecimento.
A concentração que é praticada nas reuniões mediúnicas,
evidentemente, tem conotações próprias e não deve ser tomada aqui como as
realizadas nas práticas orientais, embora os aspectos semelhantes nas suas
bases, como a disciplina mental, o controle e equilíbrio dos pensamentos. Concentração
- Conceito: Concentrar, segundo o dicionário Aurélio, significa "fazer
convergir para um centro ou para um mesmo ponto. Aplicar a atenção a algum
assunto".
É exatamente essa capacidade
de concentrar nos objetivos da reunião mediúnica que irá favorecer a realização
dos trabalhos.
Em "O livro dos Médiuns", o Codificador ressalta a
necessidade da concentração ao referir-se à reunião como um ser coletivo,
resultante das qualidades e propriedades de seus membros e está tanto mais
força terá quanto maior homogeneidade vibratória houver. Ele afirma que o poder
de associação dos pensamentos de todos é que contribuirá para a comunicação dos
Espíritos, "mas a fim de que todos esses pensamentos concorram para o
mesmo fim, preciso é que vibrem em uníssono; que se confundam, por assim dizer
em um só, o que não pode dar-se sem a concentração"(Item 331).
A concentração exige um relaxamento e passa por alguns estágios:
1.Relaxamento - O relaxamento do
corpo físico serve para preparar e favorecer a calma, a tranquilidade interior.
2.Abstração - Abstrair-se do
mundo exterior, de tudo ao seu redor.
3.Interiorização - Fazer silêncio
interior, abstraindo-se também dos conteúdos psicológicos (emoções, pensamentos,
imagens, lembranças).
4.Fixar a mente - A mente se fixa e
a atenção volta-se exclusivamente para o objetivo da reunião.
5.Aquietar a mente - Neste ponto a
mente se aquieta e, no caso dos médiuns, oferece espaço para a sintonia mental
com o Espírito que irá transmitir a comunicação.
A Doutrina Espírita é um convite permanente à transformação moral,
levando a um processo natural de auto descobrimento e propiciando condições para
a realização desse encontro pessoal. Toda essa mudança, quando ocorre naquele
que já interiorizou os princípios espíritas, denota um amadurecimento que
favorece a uma nova compreensão da vida e a uma necessidade premente da busca
da verticalidade. Quando existe essa conscientização o indivíduo torna-se
cônscio de usas responsabilidades procurando, então, adquirir hábitos
equilibrados, o que irá favorecer a sua concentração enquanto integrante de um
grupo mediúnico.
INCORPORAÇÃO
A palavra “incorporar”
tem vários significados:
1- Ela nos dá a ideia de unir, (incorporar alguma coisa a algo que
já temos; unir conceitos ou práticas);
2- Igualmente, nos traz o sentido de reunir ou fazer fusões, (de
empresas, instituições, etc.);
3- Também a de introduzir, (incorporar um conceito: assimilar e
aplicar esse conceito a alguma coisa que já fazemos);
4- E ainda sugere a ideia de dar forma física, forma material ou
forma corpórea, (dar corpo).
Na Umbanda, dentro do campo da mediunidade, falar em “incorporação”
sugere a ideia de “dar passagem a uma Entidade”, geralmente um Guia Espiritual
que vem trazendo uma mensagem de orientação; outras vezes, ocorre a
incorporação de Encantados (ex.: a de Crianças) ou a de Naturais (ex.: a do
Orixá do médium). E a vontade de
incorporar deixa muitos médiuns angustiados!
Uns, porque temem o fenômeno esquecidos de que, na incorporação o
que acontece é uma espécie de união de dois mentais: o do Guia Espiritual ou
Entidade e o do médium, que se sintonizam, “unindo” os respectivos campos
áuricos (chacras), para que um possa expressar suas ideias e “falar com a voz
do outro”- isso, resumindo na forma mais simples.
Mas o que vai “ganhar corpo”, ou “ganhar forma”, é a expressão das ideias
do Guia Espiritual ou da Entidade, bem como a energia do arquétipo. Ao
incorporar, os Amparadores da Luz certamente que não se apossam do corpo do
médium, apenas irão moldá-lo às próprias características, fazendo com que o
médium assuma todo um gestual e movimentos de apresentação do arquétipo que
representam, (postura corporal, dança, giros, forma de caminhar, ritmo etc.). E
aqui se pode, inclusive, distinguir a psicofonia, estudada no Espiritismo, da
mediunidade de incorporação na Umbanda. A incorporação é mais do que “falar por
intermédio do outro”, pois também envolve que o médium assuma características
do Ser que se manifesta por meio da sua mediunidade e não se limita à
comunicação com espíritos desencarnados.
Esta sintonia entre entidade e médium se dá através dos Chacras do
médium.
O médium e o espírito comunicante entram em contato um com o outro através
de seus perispíritos e chacras trocando impressões e sentimentos.
Vamos conhecer os chacras:
As orientações que recebemos na Umbanda através da mediunidade de
incorporação são importantes. Contudo, há outras formas de nos comunicarmos com
a Espiritualidade e de trazermos esse aprendizado para a nossa vida.
Incorporar, “receber o Guia”, não é o mais importante. Fundamental
é que nos dediquemos a assimilar as orientações e os exemplos dos Guias
Espirituais e das Entidades que nos amparam, procurando entender-lhes o sentido
para aplicá-los em nossa vida diária e ficando atentos para as intuições que
eles nos dão, (que podem chegar como novas ideias, como sensações, até como
perfumes e odores variados que, de repente, invadem o ambiente etc.).
Saravá nossos guias espirituais!!!!